segunda-feira, 5 de abril de 2010
DE OLHO NA CHAPA DE VICE-GOVERNADOR
O deputado federal José Carlos Machado (DEM) já foi vice-governador do atual deputado federal Albano Franco (PSDB). Hoje confidencia que jamais voltaria a ocupar o mesmo mandato. Nem por aclamação. O atual secretário da Justiça, Benedito Figueiredo (PMDB), também foi vice. Exatamente no período mais cobiçado: segundo mandato de Albano Franco, que não poderia disputar a reeleição. Os dois fincaram pé. Mesmo que pretendessem disputar o Senado Federal, Albano resolveu permanecer para passar o Governo ao ex-senador Francisco Rollemberg, um cidadão ilustre que ocupou cargos importantes em Sergipe e integrava o grupo político do então governador do Estado. Benedito, lógico, pretendia ocupar o Governo e, provavelmente, tentar a reeleição em 2002. Não conseguiu e o bloco perdeu as eleições para João Alves Filho. Há uma frase que se atribui ao ex-líder político de Sergipe, Leandro Maciel, que fora dita ao ex-governador Augusto Franco, antes da formação da chapa de 1982: "dê tudo a eles [novos aliados], mas não o poder". Hoje, ser vice-governador de Marcelo Déda é objeto de desejo de boa parte dos políticos dispostos a disputar mandato. Para ganhar e perder. Razão: certeza de que Déda cumpre apenas três anos e três meses de Governo e se desincompatibilizará para tentar o Senado. Daí essa fixação na vice, o que não acontece com o ex-governador João Alves Filho, que se eleito pode tentar mais uma vez. Esse caso me faz lembrar o então governador Albano Franco, em 2002, que permaneceu no mandato com o objetivo de tentar eleger um membro do seu partido e/ou diretamente vinculado a ele. Déda iniciou a vida pública em 1985, quando disputou a Prefeitura de Aracaju e perdeu para Jackson Barreto (PMDB). Em 2000 e 2004 elegeu-se prefeito, depois de passar pela Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Chegou ao Governo em 2006, conquistando-o exatamente 20 anos depois. É uma história, ninguém tem dúvida. Caso se reeleja em outubro próximo, na disputa pela reeleição, enfrentando o ex-governador João Alves Filho, num páreo duro, Déda vai simplesmente entregar o poder a outra legenda? Dentro do contexto de montagem de um projeto político, é muito difícil. E a impressão é que ou Marcelo Déda permanece no mandato para eleger um aliado que dê continuidade ao seu trabalho, ou indicará uma pessoa do partido para disputar a vice, o que a essa altura parece mais provável. Há informação de fontes bem avisadas, de que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), teria sido sondado pelo governador para integrar a chapa majoritária, como o seu vice. Não foi aceito. Edvaldo teria dito a Déda que precisa concluir o seu mandato à frente da Prefeitura, para se credenciar a voos mais altos exatamente em 2014, quando completará dois anos sem mandato e estará se habilitando - só para lembrar Almeida Lima - para salto mais alto. Já conversei com alguns políticos de alto escalão sobre a possibilidade de Déda apelar para uma chapa puro sangue. Poucos acreditam. A maioria acha que isso só vai acontecer dependendo da condição político eleitoral que ele se encontrar no momento das coligações. Um nome parece possível: José Eduardo Dutra, que está atribulado nas eleições nacionais, acompanhando Dilma Rousseff como candidata a presidente da República. Isso o dificultará a permanecer em Sergipe fazendo campanha para deputado federal. O nome de Dutra pode ser citado em um encontro de lideranças da aliança e ter seu nome posto em votação pelo governador, sob argumento de quebrar arestas e se chegar a um consenso. Os votos já fechados com Dutra para a Câmara Federal retornariam a Jackson Barreto, que tentaria a reeleição. Até o momento, Marcelo Déda ainda não falou com o seu vice Belivaldo Chagas sobre a sua continuidade ou não na chapa majoritária para, juntos, tentarem a reeleição. Também não falou com Jackson e nem se comprometeu com nenhum. Não vejo isso com absoluta certeza, mas com uma certa convicção de que quer dar continuidade à frente do Estado, desde que seja vencido em um novo pleito, que pode acontecer até mesmo em outubro próximo ou apenas daqui a mais 20 ou 30 anos. É bom esperar para ver... http://twitter.com/braynerr
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